Escrito por: SocorroSilva/Ascom/CUT-PI
Minuta da convenção coletiva não foi assinada, categoria reivindica seus direitos durante manifestação
Trabalhadores rodoviários no estado do Piauí, paralisaram suas atividades durante a manhã desta terça(05), como forma de protestar e conscientizar a sociedade da real situação em que se encontram os motoristas e cobradores do transporte público da capital Teresina. A manifestação contou com o apoio da CUT-PI, representada por seu presidente Paulo Bezerra e diretores da central, Ajuri Dias e Miguel Arcanjo.
Segundo Paulo Bezerra (CUT-PI), "Foi um erro grande eleger esse prefeito descompromissado, nós não estamos errando em estar fazendo uma paralisação para conscientizar a sociedade e chamar a atenção para que se encontre uma solução urgente que mude esse cenário do setor de transporte urbano de Teresina, principalmente a realidade dos trabalhadores rodoviários, e nós precisamos que a população nos apoie, pois se a população não vier conosco a gente não vai resolver, não se trata apenas de prejuízo para nós trabalhadores e trabalhadoras, se trata do prejuízo para a população, quem é que não precisa de transporte coletivo nessa cidade?". Indagou.
"Vamos ficar nas ruas sempre que necessário, nós temos que buscar fazer com que esse transporte seja regulamentado, regularizado de imediato para que a população volte a ter acesso a ele, e também tenha um preço justo de passagem, o trabalhador esteja com a sua remuneração em dia, a briga do poder público com os empresários não nos interessa, o que interessa é o trabalhador ser respeitado, e a população receber o transporte funcionando adequadamente para o seu uso. Essa é a posição da CUT-PI, essa é a nossa mensagem, e quero chamar a atenção da população para que compreendam a nossa mensagem". Concluiu.
Ainda em meio a pandemia da Covid-19, com muitas dificuldades diárias, a rotina da categoria não tem sido nada fácil, com atrasos de salários, sem ticket alimentação, e sem plano de saúde, os trabalhadores estão sobrevivendo de solidariedade de amigos, e de campanhas de arrecadação de donativos como cestas básicas, e vale gás, que está sendo conduzida pela Central Única dos Trabalhadores do Estado do Piauí-CUT-PI e demais sindicatos filiados.
Durante a paralisação do setor de transporte público, foram feitos vários registros recheados de indignação por parte dos trabalhadores, onde ficou registrado que toda a campanha eleitoral feita pelo Dr. Pessoa, atual prefeito de Teresina, fora feita baseada no transporte público, e que seria resolvido os problemas no prazo de noventa dias, o que até o presente momento não ocorreu. A paralisação contou com o apoio de usuários dos ônibus, que fortaleceram ainda mais a luta da categoria, por se tratar do importante papel que tem a sociedade para a mudança desse cenário.
A paralisação de duas horas, foi a única alternativa que os trabalhadores rodoviários encontraram para chamar a atenção do poder público e da população para a situação crítica em que a categoria se encontra. São dez meses após o prefeito de Teresina, Dr.Pessoa assumir o pleito, e nada foi dado como solução a situação, e a população continua sendo massacrada sem o transporte público.
Ajuri Dias, Presidente do SINTETRO-PI e Diretor da CUT-PI: "Pedimos desculpas ao usuário do transporte urbano, queremos pedir que todos possam nos apoiar em relação a esse momento da manifestação que os trabalhadores estão realizando, ao longo desses um ano e nove meses a categoria do transporte urbano de Teresina, tem padecido de todas as situações que hoje se encontram, esse é o mal que este cenário tem causado aos trabalhadores, e este manifesto que estamos fazendo é uma forma de podermos responsabilizar tanto os empresários, como também a prefeitura de Teresina, por não ter garantido nesse período a assinatura da convenção coletiva de trabalho dos trabalhadores rodoviários, estamos ao longo de todo esse tempo passando dificuldades, e pedimos a sociedade o apoio para que possamos juntos mudar esse quadro social que hoje faz com que os trabalhadores sejam de certa forma humilhados diante da forma que estamos trabalhando". Frisou.
Miguel Arcanjo, 1º secretário de imprensa do SINTETRO-PI e diretor da CUT "Os trabalhadores continuam sofrendo desde o ínicio da pandemia em janeiro de 2020, continuamos sendo massacrados por esses patrões que só pensam no bolso deles, nós tivemos durante esses últimos dias toda uma discussão em torno do transporte público, entre Prefeitura e SETUT, onde em um momento se tem um acordo, e ao mesmo tempo não tem mais acordo, e todas essas discussões a gente não ouve em nenhum minuto falar do trabalhador. O trabalhador do transporte é uma peça chave nessa engrenagem chamada transporte público, e está sendo deixado de lado nessas negociações entre SETUT e Prefeitura de Teresina, nós estamos aqui para mostrar que nós também somos peça chave nessa engrenagem, nós estamos aqui para mostrar que nós não vamos aceitar o trabalhador continuar da forma que está. Desde 2020, os trabalhadores estão sem uma convenção que assegure seus direitos, a população tem que entender isso, tem que entender que ela também é uma peça chave dessa engrenagem, a população de Teresina vem sofrendo desde quando começou essa pandemia, os empresários passaram ai praticamente o ano de 2020 inteiro sem ônibus em Teresina, e 2021 não está sendo diferente, a gente não vê a preocupação dos empresários condizente com o slogan do SETUT, que diz "O passageiro em primeiro lugar", o que a gente ta vendo é os usuários dos ônibus sendo deixados para último plano". Disse.
Durante toda a paralisação, os ônibus seguiram em operação tartaruga, pelas principais ruas do centro de Teresina, e foram ovacionados pela sociedade.
Novas informações voltadas as negociações do setor de transporte urbano de Teresina, estaremos repassando em breve.