Esses números devem ser ainda maiores, segundo especialistas. Isso porque faltam testes suficientes, no sistema público, nas principais capitais do país, com longas filas para realizar o procedimento.
Na saúde privada, a situação também é crítica. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), faltam insumos para a realização dos testes RT-PCR – que identificam o material genético do vírus – e os testes de antígeno – que detectam proteínas ligadas ao coronavírus. A recomendação é que os testes sejam priorizados para pacientes graves, pessoas do grupo de risco e profissionais da saúde.
Risco de colapso
Do ponto de vista individual, indícios apontam que a ômicron provoca casos menos graves da doença. Isso também se dá, principalmente, por contado avanço da vacinação. Contudo, coletivamente, dada a sua elevada transmissibilidade, a explosão de novos casos começa a sobrecarregar os sistemas de saúde.
Além do aumento das internações em UTIs em diversos estados, as enfermarias também sofrem com o aumento da procura. Por outro lado, faltam profissionais de saúde, afastados por conta da contaminação pela doença. Nesse sentido, a médica intensivista e cardiologista Ludhmila Hajjar chegou a prever que, mantido o atual ritmo de contaminação, “em uma semana os sistemas de saúde deverão entrar em colapso no Brasil”.
“O aumento de hospitalizações que vemos subindo muito agora ainda são complicações dos casos ali ao redor do Natal. Ainda não vimos as hospitalizações de quem pegou ômicron no Ano Novo, muito menos nos últimos dias com recordes de casos”, alertou o biólogo e divulgador científico Atila Iamarino.