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Greve Geral no setor de transporte coletivo urbano está marcada para 8/02

Trabalhadores rodoviários decidem durante assembleia extraordinária pela paralisação por tempo indeterminado, até que sejam pagos seus direitos, entre eles, salário, plano de saúde e ticket alimentação

Publicado: 27 Janeiro, 2021 - 21h00 | Última modificação: 27 Janeiro, 2021 - 23h19

Escrito por: Socorro Silva-CUT-PI

Socorro Silva-CUT-PI
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Greve no setor de transporte coletivo de Teresina
Trabalhadores do setor de transporte coletivo urbano de Teresina-PI, reunidos durante assembleia geral extraordinária, no dia 26 (vinte e seis) de janeiro de 2021, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí – SINTETRO, situado a Rua Paissandu, Nº948, Centro. Com objetivo de deliberar sobre uma possível greve no setor de Transporte Urbano por prazo indeterminado, caso as empresas não cumpram o Termo de Compromisso firmado entre SINTETRO e SETUT, referente ao pagamento do salário dos trabalhadores de forma integral, entre eles estão os Motoristas R$2.028,22, Cobradores R$ 1.188,87, Fiscais/Despachantes R$ 1.337,68. Outra pauta também discutida e que foi um dos pontos que também sinalizou para a greve geral do dia 8/02, a ausência de avanço na negociação da Convenção Coletiva de Trabalho ano 2021.
 
Socorro Silva-CUT-PISocorro Silva-CUT-PI
 
De acordo com Francisco Souza, Secretário de Assistência e Previdência Social do SINTETRO “já foram feitas três mesas de negociações, e não se chegou a nenhum acordo, a proposta apresentada pelos empresários é de reduzir 50% dos cobradores, sendo ainda bem enfáticos que os mesmos não querem pagar o Ticket Alimentação, nem o Plano de Saúde, uma outra proposta é que se o ônibus quebrar as horas paradas não contarão como jornada, as peças danificadas ou quebradas serão descontadas do salário dos trabalhadores, na assembleia anterior ficou decidido que se o SETUT não assinar a Convenção Coletiva de Trabalho de 2021, até dia 8 de fevereiro entraríamos em greve por tempo indeterminado”. Enfatizou.
 
Socorro Silva-CUT-PISocorro Silva-CUT-PI
 
Já o Sec. Jurídico José Esmerindo em sua fala disse que essa assembleia desta segunda (26), tem como finalidade deliberar a greve “porque nós temos o acordo assinado pelo SETUT de janeiro do ano passado com reajuste de salário de 4,48% , que os empresários só cumpriram de janeiro a março, e voltaram a pagar o salário do ano de 2019, porem o prefeito deu aumento de tarifa, e nem com a pandemia foi baixado o valor da passagem, e não podemos abrir mão de nossos direitos, porque tudo que temos até hoje foi conquistado com muita luta”. Citou.
 
Socorro Silva-CUT-PISocorro Silva-CUT-PI
 
Durante a Assembleia Geral Extraordinária, o Presidente Ajuri Dias, do SINTETRO-PI se manifestou solidário juntamente com toda a diretoria, aos trabalhadores que de forma determinante, e com força de vontade realizaram por conta própria o movimento grevista, agradecendo a todos por compreender a posição do sindicato em não poder descumprir a lei do TRT.
 
Encaminhamentos da Assembleia Geral Extraordinária realizada no Dia 26/01/2021 na sede do SINTETRO-PI:
 
greve geral a partir do dia 08/02/21: caso os empresários não paguem os salários de forma integral;
se os empresários não assinarem a Convenção Coletiva de Trabalho desse ano de 2021 até o dia 31/01/2021, votaram todos os trabalhadores presentes pela greve a partir do dia 08/02/21 não houve nenhum voto contra e nem abstenção de votos, sendo assim aprovada a greve geral por tempo indeterminado.
 
Socorro Silva-CUT-PISocorro Silva-CUT-PI
 
ESCLARECIMENTO DO SINTETRO-PI SOBRE O MOVIMENTO GREVISTA DOS TRABALHADORES REALIZADO NOS DIAS 25 A 27 DE JANEIRO DE 2021
 
Os trabalhadores iniciaram o movimento independente de paralisação na segunda-feira (25) diante do atraso no pagamento do plano de saúde e do ticket alimentação. Eles não receberam o pagamento referente ao mês de dezembro.
 
Miguel Arcanjo – Secretário de Imprensa do SINTETRO-PI:
 
“O Ministério Público do Trabalho entrou com um dissidio de greve, referente a greve ocorrida no ano de 2020, onde o mesmo entrou com pedido de ilegalidade da greve, por considerar que o Sindicato descumpriu o que determina a lei que não pode parar 100% da frota dos ônibus, o dissídio foi julgado, e o Tribunal Regional do Trabalho – TRT, numa decisão publicada no dia 14 de janeiro de 2021, ele decretou a nossa greve legal, e determinou que os dias que os trabalhadores ficaram parados não fossem considerados faltas, que as empresas não descontassem dos salários dos trabalhadores, e que os dias parados deveriam ser compensados depois como folga, só que nessa mesma decisão ela também colocou, que como já havia sido feito um acordo entre Sintetro, Setut e Prefeitura, do repasse da prefeitura para pagar o ticket alimentação, e plano de saúde dos trabalhadores, a presidente do TRT determinou que o SINTETRO fica proibido de fazer qualquer manifestação, paralisação, greve, passo tartaruga, até o final de janeiro de 2021 que é quando encerra o acordo feito com a prefeitura de outubro, novembro, dezembro e janeiro. Só que as empresas de transporte coletivo, todas elas, sem nenhuma exceção aderiram a MP 936 do Governo Federal, que permitia reduzir a jornada de trabalho com redução do salário, ou seja 70% o governo pagava os trabalhadores, e os 30% seria pago pelos empresários, o que não ocorreu durante a pandemia, os empresários pagavam apenas os dias trabalhados". Citou.
 
Assim, em novembro muitos desses trabalhadores receberam a última parcela dessa MP 936, ou seja a parte que coube ao governo federal, e no dia 1º do mês de dezembro/2020 os trabalhadores já teriam que retornar ao regime de escala normal de trabalho, ou seja trabalhar as 220 h mensal, e as empresas teriam que pagar o salário integral, que no caso a empresa reconhece hoje o salário de R$1.941,00 (como salário base) no caso do motorista por exemplo, só que a empresa continuou escalando os trabalhadores como se os mesmos ainda estivessem recebendo o valor da MP, e pagaram a categoria apenas por horas trabalhadas, diante de tudo o que está acontecendo, os trabalhadores continuam sem receber plano de saúde e ticket alimentação, o trabalhador se revoltou, e como há essa determinação da justiça que o SINTETRO não pode se manifestar, a categoria decidiu parar por conta própria.” Disse.
 
SOBRE O MOVIMENTO:
 
A mobilização dos trabalhadores foi feita através das redes sociais, e grupos de WhatsApp, e fizeram o movimento grevista que teve início na segunda-feira (25), encerrando na tarde desta quarta (27), após A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) e a categoria entrarem em um acordo, os trabalhadores retornaram ao trabalho na tarde desta quarta. Diante disso, a circulação da frota de ônibus voltou a funcionar normalmente a partir de hoje.
 
ENTENDA:
 
Na segunda, no primeiro dia de paralisação, a Prefeitura de Teresina decidiu repassar o valor de R$ 600 mil para o pagamento do ticket alimentação, mas, na terça (26), pediu o estorno do dinheiro porque os trabalhadores continuaram o movimento. Inicialmente, a categoria decidiu que só iria retornar ao trabalho com o dinheiro na conta do trabalhador.
 
 
No acordo feito nesta quarta (27), a Strans repassou o pagamento ao Setut. Após os tramites legais, o dinheiro deverá cair na conta dos trabalhadores nas próximas horas. O pagamento é referente ao mês de dezembro de 2020.
 
Considerado vitorioso o movimento grevista dos trabalhadores, que mais uma vez cruzaram os braços em defesa dos seus direitos.
 
A Diretoria do SINTETRO parabeniza a todos os companheiros que aderiram ao movimento.