Governador do Piauí entrega saneamento básico para capital privado
Leilão acontece sem a participação da sociedade, e de forma obscura, deixando claro que o interesse maior não está no bem comum dos Piauienses
Publicado: 30 Outubro, 2024 - 17h00 | Última modificação: 30 Outubro, 2024 - 17h26
Escrito por: Socorro Silva (Jornalista/CUT)
Nesta quarta (30), o Governador do Estado do Piauí Rafael Fonteles, durante a realização de um leilão, na Bolsa de Valores Brasileira, em São Paulo, entregou o sistema de abastecimento de água tratada e de esgotamento sanitário, operacionalizado pela AGESPISA, o que trará uma série de danos a sociedade piauiense que foi totalmente excluída do debate, principalmente a população da zona rural.
A decisão tomada pelo Governador, já traz muitas preocupações para a população do Piauí, tendo em vista que o citado leilão fora feito de forma atropelada, e concluído de forma obscura.
Além da sociedade já estar pagando pelo estrago que vem sendo feito pelas Águas de Teresina, onde se paga caro por um sistema que a cada dia só vem causando muito stress, e transtornos para a sociedade, e que ainda não está funcionando 100% na capital Teresina, virá também o aumento no custo das tarifas em dobro. Com a Privatização, a situação só tende a piorar.
A CUT-PI, tem acompanhado e participado arduamente da Luta dos/as companheiros/as do Sindicato dos Urbanitários, que há muito tempo estão a frente de uma dura batalha para preservar estes serviços na esfera pública estatal.
Foram várias as ações coordenadas pelo SINTEPI, com o apoio da CUT, tanto políticas, jurídicas, e várias audiências públicas, até mesmo com o Governador com a finalidade de encontrar uma alternativa para impedir a entrega do sistema de água e esgoto do Piauí e a extinção da AGESPISA.
Quem se beneficiará com esta Privatização?
A informação é de que a AEGEA, foi a única interessada e conforme o noticiário, adquiriu os serviços de saneamento básico pelo mísero valor de outorga remunerada de R$ 1 bilhão, o que representa menos de 25% do valor do patrimônio da AGESPISA, hoje estimado em R$ 4,5 bilhões. Com o mais grave, não tem nenhuma garantia de reinvestimento nesta estrutura que esta empresa está recebendo, podendo o povo piauiense arcar com o prejuízo de bilhões de reais. O contrato de concessão tem duração de 35 anos e a empresa assume o sistema dentro de seis meses.