Escrito por: Socorro Silva-CUT-PI
Sábado(3) é dia de luta em defesa dos serviços públicos e pelas estatais
Diante do cenário de ataques oriundos do governo Bolsonaro (Ex-PSL), o que se vê é a constante falta de respeito aos direitos dos trabalhadores, e a serventia ao capital correndo solto, e aos olhos de quem quiser ver. Mas a luta da CUT e demais centrais sindicais segue firme, junto com seus sindicatos e a Federação Única dos Petroleiros - FUP, que vem desempenhando um papel fundamental para barrar a privatização da Petrobrás.
A realidade é que os riscos eminentes com a possível venda das refinarias, vai trazer o aumento no preço dos combustíveis, e do gás de cozinha, tendo em vista que as refinarias foram instaladas para garantir abastecimento em todo o Brasil, e não para a concorrência. Por isso a luta em defesa da Petrobrás se faz urgente e uma prioridade alta para o momento.
Se privatizar haverá aumento no preço final ao consumidor da gasolina, do diesel e do botijão de gás de cozinha. Além disso, a possibilidade de fechar as refinarias só para importar combustíveis reduziria a quase zero os impostos arrecadados nos estados em que elas estão instaladas. Os municípios que são afetados pelas operações de embarque e desembarque de petróleo ou gás natural, também perderão milhões de reais mensais em royalties.
A privatização da Petrobras representa o fim de milhares de empregos tanto dos trabalhadores da empresa como do comércio em seu entorno. Com a venda, deixariam de ser investidos milhões em grandes obras de infraestrutura, que também são responsáveis pela geração de milhares de empregos. Além disso, o país ficará à mercê de empresas estrangeiras na questão energética, o que ameaça a soberania nacional. Esses são apenas alguns dos motivos do por que a população brasileira deve ser contra a privatização da Petrobras.
Nesta última quarta (30), durante uma entrevista, o ministro da economia Paulo Guedes fez a seguinte declaração:
"Não há razão para interditar as privatizações. Há boatos de que haveria acordo entre o presidente da Câmara e a esquerda para não pautar as privatizações. Precisamos retomar as privatizações, temos que seguir com as reformas e temos que pautar toda essa transformação que queremos fazer. A retomada do crescimento vem pela aceleração de investimentos em cabotagem, infraestrutura, logística, setor elétrico, das privatizações, Eletrobrás, Correios... Estamos esperando". Disse.
A CUT-PI foi em busca da posição da FUP sobre tal declaração, e conversou com Deyvid Bacelar -Diretor de Assuntos Institucionais:
"O ministro da economia Paulo Guedes, bem conhecido como um dos Chicagos Volts, aqueles que foram para Chicago aprender a rezar a cartilha do consenso de Washington, rezar a cartilha dos não liberais internacionais, e do capital internacional, ele na verdade é um grande lacaio, um grande empregado do sistema financeiro mundial, ele na verdade está cumprindo uma tarefa no Brasil de privatizar todas as estatais, entregando tudo o que temos aqui, desde o serviço de água, de serviços de abastecimento de alimentos, serviços de energia que chega para a população, serviços com relação aos derivados do petróleo, estamos vendo hoje o preço do gás de cozinha, que em alguns lugares já ultrapassa R$70,00 (setenta reais) e em alguns lugares a mais de R$100,00(cem reais), para beneficiar principalmente aqueles investidores internacionais que vem aqui ao Brasil, comprar todo esse patrimônio a preço de banana, então quando ele insiste nesse processo de privatizações dizendo que é para melhorar a economia brasileira, na verdade essa é uma grande mentira, uma grande falácia, porque os grandes investimentos financeiros feitos no Brasil, até hoje não foram feitos pelo setor privado, se nós observamos por exemplo, os setores de petróleo e gás, setor de energia e até mesmo de telecomunicações, quem fez os grandes investimentos de infraestrutura, no caso do setor de petróleo e gás, os grandes estaleiros que temos no Brasil, os gasodutos, as grandes construções, sondas, grandes linhas de transmissão, as plataformas, as grandes barragens, os navios, as grandes usinas, foi a Petrobrás". Citou.
Segundo Deyvid, "eles querem entregar tudo isso para o setor privado para outros países, por saber que gera lucros, qualquer empresa pública estatal dessa que venha a ser privatizada, os preços serão majorados, os preços vão aumentar, se tornando mais caros para cada brasileiro e brasileira, ou seja, as privatizações vão servir para quem? Quem ganha com isso? com certeza não será o povo brasileiro". Disse.
No próximo sábado (3), dia em que a Petrobras completa 67 anos, trabalhadores e trabalhadoras voltarão às ruas e às redes para lutar pelo serviço público e pelas estatais.
Os atos serão em defesa da soberania nacional, de um país para o povo, com serviço público de acessível e de qualidade, servidor público valorizado, prestando serviços de excelência e empresas públicas trabalhando pelo desenvolvimento econômico e social do Brasil, cobrando preços justos de gasolina, gás e energia.