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CUT Piauí repudia demissão em massa de trabalhadores da AGESPISA após privatização

Não aceitamos falta de respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho em vigor e exigimos a construção de leis estaduais que garantam estabilidade no emprego durante processos de reestruturação de empresas públicas.

Publicado: 21 Maio, 2025 - 17h25 | Última modificação: 21 Maio, 2025 - 18h47

Escrito por: Socorro Silva/Jornalista

Socorro Silva /Jornalista da CUT-PI
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Governo do Estado do Piauí demite de forma arbitrária trabalhadores da AGESPISA

A Central Única dos Trabalhadores no Piauí (CUT-PI) manifesta profunda indignação diante da decisão do governador do Estado do Piauí Rafael Fonteles de demitir, sem justa causa, mais de 300 trabalhadores e trabalhadoras da AGESPISA (Águas e Esgotos do Piauí S/A), como consequência direta do processo de privatização da empresa.

A ação representa não apenas um ataque frontal aos direitos desses profissionais, mas também um grave retrocesso social e político, especialmente por partir de um gestor filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), legenda historicamente comprometida com a defesa do serviço público, da soberania nacional e da valorização da classe trabalhadora.

Privatização: promessa de progresso, entrega de desemprego

Com a privatização da AGESPISA, o que se vê é o desmonte de uma empresa pública estratégica e a destruição de centenas de postos de trabalho. A CUT Piauí alerta que experiências semelhantes em outros estados e países comprovam que a privatização do saneamento não resulta em melhores serviços, mas sim em tarifas mais altas, exclusão social e perda de qualidade no atendimento à população.

“O que está acontecendo no Piauí é uma repetição da cartilha neoliberal que tanto combatemos. A lógica do mercado está se sobrepondo ao direito das pessoas. Privatizar é abandonar o povo”, afirmou a direção da entidade.

Demitidos sem justificativa e sem respeito ao Acordo Coletivo

Os mais de 300 trabalhadores da AGESPISA foram desligados mesmo com um Acordo Coletivo de Trabalho ainda em vigor. A CUT-PI considera inaceitável que não tenha sido apresentada qualquer medida para garantir a continuidade do vínculo desses profissionais, seja por meio da absorção pela EMGERPI (Empresa de Gestão de Recursos do Piauí), seja pela criação de alternativas que preservassem seus direitos e empregos.

“É inadmissível que o governo do Estado, por meio de uma canetada, jogue no desemprego centenas de pais e mães de família, muitos com décadas de serviço prestado ao saneamento público do Piauí”, destaca a nota oficial da CUT Piauí.

“Não aceitaremos calados o desmonte de uma estatal e o desemprego em massa. Trabalhador não é mercadoria. O povo do Piauí precisa de serviço público forte e de governantes comprometidos com a classe trabalhadora”, finaliza Odaly Medeiros. Presidente da CUT Piauí

Contradição com a história do PT

A Central lamenta que a decisão tenha sido tomada por um governador do Partido dos Trabalhadores, cuja história sempre esteve ligada à resistência contra as privatizações e ao fortalecimento do Estado como agente promotor da justiça social. A atual política adotada pela gestão estadual se alinha perigosamente ao receituário neoliberal que o PT sempre combateu.

CUT exige revogação das demissões e valorização do serviço público

A CUT Piauí exige a imediata revogação das demissões, a reintegração dos trabalhadores e a construção de soluções que garantam seus empregos com dignidade e respeito. A Central reafirma seu compromisso com a luta dos trabalhadores da AGESPISA e com a defesa de políticas públicas que priorizem o povo e não o lucro.

A entidade também cobrará do Governo do Estado o respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho em vigor e a construção de leis estaduais que garantam estabilidade no emprego durante processos de reestruturação de empresas públicas.

A NOTA DE REPÚDIO

Socorro Silva/Jornalista/CUT-PISocorro Silva/Jornalista/CUT-PI