CUT-PI instala Coletivo de Combate ao Racismo e avalia o cenário para enfrentamento
A força contra essa "chaga social" que destrói a alma de quem sofre o preconceito e a discriminação está na unidade da luta
Publicado: 20 Fevereiro, 2024 - 18h38 | Última modificação: 20 Fevereiro, 2024 - 20h04
Escrito por: Socorro Silva-CUT
Diante do cenário de ataques aos/as negros/as, a Central Única dos Trabalhadores no Estado do Piauí (CUT), instalou o Coletivo de Combate ao Racismo, durante reunião realizada nesta terça-feira (20/02), coordenada pela Secretaria de Combate ao Racismo da central, Antônia Ribeiro. O encontro reuniu várias representações de sindicatos filiados a CUT, e contou com a presença de Halda Regina, do Instituto da Mulher Negra no Piauí (AYABÁS), que fez uma avaliação da Conjuntura voltada ao Racismo, no Piauí e no Brasil.
O Coletivo chega num momento crucial em que o debate contra o racismo, a discriminação, a violência, e o preconceito contra a presença negra em ambientes diversos, como espaços de poder, na política, nas escolas, nas faculdades, nas empresas, em restaurantes, etc... está sendo rejeitada cada vez mais, ocasionando sérios danos emocionais para quem sofre, e mostrando que todos os dias é preciso a conscientização da sociedade em geral para uma mudança desse cenário que precisa ser combatido.
Para Antônia Ribeiro, Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-PI, o papel do Coletivo é fundamental, e traz uma responsabilidade no enfrentamento de desafios que surgem todos os dias, para combater o racismo, as perseguições, o preconceito, em todos os ambientes em que eles se fizerem presentes, e que a importância da unidade na luta faz uma grande diferença no abrir portas para a presença dos/as negros/as alcançarem sua liberdade e manterem os seus direitos garantidos.
“Eu, enquanto Secretaria de Combate ao Racismo da CUT, eu me sinto como uma peça importante nesse debate, eu tenho o objetivo de nesse mandato, desenvolver um trabalho que chame a atenção dos Sindicatos, e da Sociedade de fazermos esse debate. Ter a consciência da importância desse debate desde as nossas famílias até o movimento sindical, até o chão da escola, durante as atividades que são realizadas em datas especificas como por exemplo o 1º (primeiro) de maio, no 8 (oito) de março, entre outras datas, que são tantas e importantes. Temos que saber utiliza-las para chamar a atenção da sociedade, para esse tema que é tão importante, e que hoje ele está mais ainda ativado, aguçado, sendo discutido, e tem uma necessidade ainda maior da conscientização”. Disse.
“Isso me traz uma nova energia, esse novo desafio, que é um tema que é muito complexo, mas a gente está aqui firme e forte para fazermos esse trabalho de combate ao racismo em conjunto com a CUT, e todos os Sindicatos filiados, a sociedade e os movimentos sociais. Fazer um trabalho de estado, para que a gente possa conscientizar os nossos pares, nossos atores, de que esse tema é muito relevante e que precisamos de todos e todas para fortalecer a nossa luta!”. Antônia Ribeiro, Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-PI.
Durante o lançamento do Coletivo de Combate ao Racismo da CUT-PI, foi feita também a avaliação da ausência das Mulheres Negras no espaço da política, e que se abram portas e oportunidades para que elas possam mostrar o seu valor e a sua competência.
“O Racismo é duro e cruel, e ele existe em todos os lugares, em todas as instancias, e principalmente nessas estruturas institucionalizadas como nos partidos, nos sindicatos, igrejas, empresas, etc., existe uma forma de nos colocar como diz a história “no nosso lugar”. Qual o lugar do negro na sociedade?”.
Segundo Halda, o Racismo quando iniciou ainda na década de 80 a 90, na época existiam e ainda existem muitas discussões em volto ao tema, mas no estado do Piauí, surge como a ideia da “Identidade Negra”:
“A gente quer dizer para a sociedade, uma sociedade que se diz democrática e que não insere essa população negra, que ela tem um problema, e um dos maiores problemas desse país é o racismo, é dizer para uma sociedade que uma população não merece estar inserida em determinados espaços”. Halda Regina, Instituto da Mulher Negra no Piauí (AYABÁS)
O Racismo é uma doença, basta de preconceito!