Mulheres reunidas fortalecem a importância da Marcha das Margaridas no Coletivo da CUT-PI
A CUT-PI, por meio da Secretaria Estadual de Mulheres Trabalhadoras, reuniu o Coletivo de Mulheres, composto por Secretárias de Mulheres dos seus sindicatos filiados para tratar de questões relacionadas à 7° Edição da Marcha das Margaridas 2023. A reunião aconteceu na sede da CUT na manhã de terça (28).
A abertura da reunião fora feita através da secretaria de mulheres da CUT, Edimar do Nascimento, que fez uma avaliação da conjuntura atual, destacando a eleição do Presidente Lula, e o retorno das políticas públicas voltadas para as mulheres, e no combate a violência de gênero. Outras pautas também foram discutidas entre elas, o combate ao machismo estrutural dentro e fora dos sindicatos., e o 8 de Março, que ainda estão acontecendo diálogos em algumas organizações com o objetivo de se construir uma agenda unitária de atividade em Teresina.
Socorro Silva-CUT-PI
A reunião contou com a presença da secretária de mulheres da Federação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras na Agricultura (FETAG-PI), Marlene Veloso, que juntamente com a Secretaria de Mulheres da CUT-PI, Edimar do Nascimento, coordenou o encontro e pontuou assuntos de extrema relevância direcionados aos preparativos do que será uma das maiores marchas já realizadas.
Marlene Veloso, Secretaria de Mulheres da FETAG-PI "A CUT é uma das centrais que desde a primeira edição constroi a Marcha das Margaridas junto com a gente, isso pra nós tem um grande significado, hoje a Marcha tem 16 organizações parceiras, então pra além da CONTAG, das federações, temos ainda organizações internacionais que também já sinalizaram que irão participar conosco desta edição de 2023". Frisou.
"Com relação a eleição do Presidente Lula, é uma grande vitória termos eleito um governo democrático, mas teremos muitos desafios pela frente, nós temos um congresso que infelizmente está complicado, o Lula tem que ter muita habilidade para governar diante do cenário que aí está, mas a gente já vê nesses primeiros meses que está tendo um diálogo muito importante onde ele está escutando as centrais sindicais, temos também a volta do ministério da mulher, e nós estamos muito animadas com esse processo, estamos construindo a nossa pauta de reivindicação onde iremos realizar atividades nos estados escutando as companheiras das bases, e também de outras categorias". Disse, Marlene Veloso.
Socorro Silva-CUT-PI
Socorro Silva-CUT-PI
A Marcha das Margaridas é uma ação estratégica conduzida e protagonizada por mulheres trabalhadoras rurais do campo, da floresta e das águas com a finalidade de construir visibilidade pública e conquistar reconhecimento social e político. Ela é coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), e suas 27 Federações e Sindicatos filiados, e se constrói em parceria com outros coletivos e movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais.
A Marcha das Margaridas 2023, que acontecerá em Brasília de 1 a 19 de agosto, contará com caravanas de mulheres e homens dos movimentos sindicais e sociais, no Piauí está previsto 25 ônibus. Uma importante etapa estadual da Marcha será realizada em Teresina dia 28 de junho.
Desde o seu surgimento, no ano 2000, a Marcha das Margaridas tem demonstrado uma grande capacidade de mobilização, tornando-se uma referência nacional de organização e luta das mulheres trabalhadoras rurais, sendo, hoje, amplamente reconhecida como a maior e mais efetiva ação das mulheres no Brasil e em toda a América Latina. A Marcha está inserida nas dinâmicas locais a partir dos diálogos que as mulheres estabelecem desde os seus territórios e comunidades até chegar às ruas da capital do País. Ela envolve processos formativos e de debates, ações políticas e de mobilização enraizadas em cada local.
A Marcha tem como força inspiradora a luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina e líder sindical, que rompendo com padrões tradicionais de gênero ocupou, por 12 anos, a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Por lutar pelo direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por defender direitos trabalhistas e vida digna para trabalhadoras e trabalhadores rurais, Margarida Alves foi cruelmente assassinada na porta da sua casa, no dia 12 de agosto de 1983. Seu nome se tornou um símbolo nacional de força e coragem cultivado pelas mulheres e homens do campo, da floresta e das águas. É em nome dessa luta que a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de Margaridas de todos os cantos do País marcham em Brasília, num clamor por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.
Eixos políticos que mobilizam as Margaridas:
A Democracia participativa e soberania popular, Poder e participação política das mulheres, Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética, Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios, Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional, Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns e proteção da natureza com justiça ambiental e climática, Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda, Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária Universalização do acesso à internet e inclusão digital, Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo, Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade.