Chacina de Unaí completa 20 anos e traz memorias dolorosas e pedido de punição
Atividade alusiva as vítimas foi realizada em Teresina e contou com apoio da CUT e Sindicatos filiados nesta quarta (31)
Publicado: 31 Janeiro, 2024 - 20h17 | Última modificação: 31 Janeiro, 2024 - 22h37
Escrito por: Socorro Silva-CUT-PI

Chacina de Unaí completa 20 anos, em Teresina o SINAIT, com apoio da CUT e Sindicatos filiados, realizou um ato em memória das vítimas que foram assassinadas, e pedem a prisão dos mandantes do crime.
Apesar dos avanços conquistados ao longo dos anos no desdobramento do caso, ainda persistem lacunas significativas. Dois dos condenados permanecem foragidos, evidenciando a necessidade contínua de esforços para garantir que a justiça seja plenamente cumprida em memória dos três Auditores-Fiscais do Trabalho e do motorista brutalmente assassinados.
Os nomes dos criminosos foram incluídos na lista pública de difusão vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), o que significa que podem ser presos por qualquer força policial, independentemente do país onde estejam. As vítimas do assassinato foram: Auditores Nelson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e o motorista Aílton Pereira de Oliveira.
Além da busca por justiça, a tragédia de Unaí também serve como um lembrete contundente da importância de garantir uma estrutura de trabalho adequada e segura para os Auditores-Fiscais do Trabalho.
"Hoje o Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho fez uma manifestação em homenagem a alguns colegas do Ministério do Trabalho que foram assassinados em UNAÍ, e que essa chacina completa 20 anos, eles foram assassinados quando estavam combatendo o trabalho escravo nas plantações de feijão no município de UNAÍ, que é um dos maiores produtores de feijão do país, e os colegas estavam exercendo o seu papel na fiscalização e foram assassinados barbaramente". Disse.
"Ainda hoje, 20 anos depois ainda tem gente que está foragido e não está cumprindo a pena. Os executores estão foragidos inclusive no sistema de segurança do mundo inteiro estão sendo procurados. Isso reflete que a violência no campo com a presença do trabalho escravo põe em risco a integridade fisica do auditor fiscal do trabalho, ele é um agente público do estado, que em nome do estado ele procura preservar a diginidade dos trabalhadores, é um dever que ele tem de preservar a dignidade dos trabalhadores nos seus espaços laborais, numa agenda do trabalho digno que hoje o mundo inteiro clama que o país é signatário das convenções da OIT". Frisou.
"A Chacina de UNAÍ é para nunca ser esquecida, quando agentes públicos combatendo trabalho escravo tombaram no cumprimento do dever. Então, a cada ano o SINAIT faz essa manifestação em todo o país conclamando a sociedade para que o trabalho escravo realmente seja erradicado em nosso país. O trabalho escravo não combina com democracia, não combina com desenvolvimento, e ele ofende a dignidade da pessoa humana e ele é uma chaga no Brasil, e que precisa ser erradicado". Dra. Paula Mazullo.
No momento o cenário para os auditores fiscais do trabalho é de insegurança, vulnerabilidade, e constantes ameaças no exercício de suas funções, o que acaba trazendo um risco ainda maior as suas vidas.
A atividade em memória ás vítimas da Chacina de Unaí, aconteceu ao lado da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), antigo Ministério do Trabalho localizado na Av. Frei Serafim, em Teresina.
Participaram também Membros do Fórum do Trabalho Escravo, que fortaleceram a luta para que os mandantes do crime, que estão foragidos sejam punidos.